sábado, 2 de maio de 2009

Amália Hoje

Porque “Amália em 2009 tem mais cor do que nunca”

No princípio, era o Fado. Os xailes negros, os vestidos pretos e as guitarras portuguesas. Mas Hoje… Hoje, Amália é pop.

No ano em que se completa uma década da morte da diva do Fado, o músico Nuno Gonçalves dos The Gift foi convidado para tomar as rédeas do projecto Amália Hoje, com o objectivo de revisitar os fados interpretados por Amália Rodrigues, à luz da sonoridade pop.

Nas palavras de Nuno Gonçalves, “Hoje é um grito. Hoje é um dizer basta”, porque afinal “Amália é muito mais que fado. Amália é pop e este disco será a prova que Fado é redutor para a voz que brindou o mundo e ainda mais redutor para os compositores que imaginaram as melhores canções pop de sempre da história da música portuguesa.”

Desde a intensidade de “Fado Português”, a melancolia e dramatismo de “Grito”, a comunhão de emoções, força e serenidade de “Gaivota”, a revolução electrónica de “Nome de Rua”, a vida e ritmo contagiantes de “Formiga Bossa Nova” ou a intensidade de “Medo”. Um “Medo” que, na magnífica voz ímpar de Sónia Tavares, consegue chegar à essência do ser e quase nos esmaga e dilacera no mais íntimo de nós, com a sinceridade e espontaneidade dessa força que nos lança na demanda de uma tal “ponte do fim” que existe em todos nós. E que espera por nós. Ou pela qual todos esperamos.

“Abandono” faz-nos voltar novamente à realidade, agora com uma vontade imensa de gritar por toda a esperança que ainda resta na fugacidade de um momento, num objectivo, numa força de viver e de sonhar. Depois ainda de uma passagem pela magia evocada por um belo e harmonioso acordeão francês - aqui muito português - em “L’Important C’est la Rose”, o disco culmina num final épico, com “Foi Deus”, que, acompanhando o pulsar de um coração, vai crescendo e crescendo dentro de nós, à medida que nos transporta para um momento absolutamente apoteótico que, por alguns segundos, parece suster em si toda a matéria, numa apologia ao que no mundo há de mais belo, mais intenso, mais sincero e mais coeso. Sim, só pode ter sido Deus…

Este é, sem dúvida, mais um excelente trabalho do grande músico e compositor dos The Gift, Nuno Gonçalves, que primou também por uma interessante e original escolha de vozes, que se revela em tudo acertada: desde a soberba voz de Sónia Tavares (vocalista dos The Gift), à versatilidade pop e talento de Paulo Praça (ex-Turbo Junkie e Plaza) e à intensidade de Fernando Ribeiro (vocalista dos Moonspell). Três vozes que, na sua pluralidade, entoam este hino a uma só voz, apresentando-se unas, coesas e em absoluta harmonia entre si. Três vozes que, aliadas aos magníficos arranjos e composições musicais de Nuno Gonçalves, à luz de uma sonoridade pop, nos fazem gritar, também nós a uma só voz, “ai que lindeza tamanha…”

Porque Hoje é história. Hoje somos todos nós. Muito obrigada por nos fazerem acreditar.

Com a minha maior admiração, respeito e total apoio, peço aos autores a minha licença para aqui deixar o videoclip de “Gaivota”, o primeiro single deste disco épico. Hoje, com as minhas mais sinceras felicitações por este trabalho de excelente qualidade:

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