quinta-feira, 30 de julho de 2009

Front of

Talvez a melhor música de sempre. Perfeição? A perfeição sentida. A perfeição procurada. A perfeição encontrada. A perfeição merecida, a perfeição sentida, a perfeição verdadeira. Front Of. The Gift. Film. 2001 (apesar de ter nascido na Vinyl Tour).

Stop breathing allow me to repeat
Keep breathing I guess it won't disturb
Keep breathing the road is getting long
Maybe I will find you in another place
Maybe I will find you with somebody else
Keep breathing life is hard to play
Keep breathing we haven't found the way
Stop breathing this game it makes no sense
Stop breathing
Maybe I will find you in another place
Maybe I will find you with somebody else
The things that they said us
The things that we run off
Though we try to move over
After all that we saw
The stage is clear, the view is soft
But it's so cold, warm enough
The game is set, and too much players again,
And here we are, in front of them again
Keep breathing, I'm glad to see you back
Keep breathing I thought we would give up
Stop breathing their eyes will catch our soul
Stop breathing their ears will break our mind
Keep breathing and join the carrousel
Stop breathing pretend a pantomime
Keep breathing today we woke up blue
Stop breathing perhaps we lay down dark
Keep breathing I'm trying to get some sleep
Stop breathing allow me to repeat
Keep breathing and join the carrousel
Stop breathing
And dark, and blue, and again
Maybe I will find you in another place
Maybe I will find you with somebody else
Keep breathing I'm trying to get some sleep
Stop breathing allow me to repeat
Keep breathing this game it makes no sense
Stop breathing
Maybe I will find you in another place
Maybe I will find you with somebody else

Front Of by The Gift


Front of. In front of. In front of me. In front of me, myself and I. In front of me. Anymore. Why?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Pour arriver jusqu'à toi... Lune.

Lua, astro solitário, ensina-nos essa tua glória de viver, mostra-nos como dar luz à solidão e triunfar alto, onde só tu podes brilhar.

Lune
Qui là-haut s'allume
Sur
Les toits de Paris
Vois
Comme un homme
Peut souffrir d'amour

Bel
Astre solitaire
Qui meurt
Quand revient le jour
Entends
Monter vers toi
La chant de la terre

Entends le cri
D'un homme qui a mal
Pour qui
Un million d'étoiles
Ne valent
Pas les yeux de celle
Qu'il aime
D'un amour mortel
Lune

Lune
Qui là-haut s'embrume
Avant
Que le jour ne vienne
Entends
Rugir le cœur
De la bête humaine

C'est la complainte
De Quasimodo
Qui pleure
Sa détresse folle
Sa voix
Par monts et par vaux
S'envole
Pour arriver jusqu'à toi
Lune!

Veille
Sur ce monde étrange
Qui mêle
Sa vois au chœur des anges

Lune
Qui là-haut s'allume
Pour
Éclairer ma plume
Vois
Comme un homme
Peut souffrir d'amour
D'amour

"Lune", Notre Dame de Paris, 1998

domingo, 19 de julho de 2009

Pelo sonho é que vamos

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.

Pelo Sonho é que Vamos, Sebastião da Gama

E depois sentaste-te, com as pernas ainda um pouco a tremer e as imagens pouco nítidas. Havias acabado de o dizer a toda gente. "Basta a fé no que temos./Basta a esperança naquilo/que talvez não teremos". Pelo sonho é que vamos. Foi o que escolheste para te levantares, nesse dia, e proclamares perante o mundo inteiro. Éramos poucos, na verdade, mas foi como gritar para que todo o mundo pudesse ouvir. É irónico, não é? Acabou por ser um grito com a voz embargada, nesse dia que prometia ser solene... "Não vás", disseram-te, "ninguém estaria em condições e não precisas de fazê-lo, sobretudo hoje". Mas tu achavas que sim e avançaste com a determinação de quem jurou lembrar tudo o que vivemos.

Nessa manhã, o telefone tocou. A madrugada havia sido longa, prolongando o dia anterior pela noite que não dormiu; mas a manhã acabou por raiar, trazendo consigo apenas uns escassos momentos de descanso, justamente até àquele momento. Muito ao longe, pareceu-te que alguém tocava à porta, mas depois nada mais se ouviu e logo tudo se desvaneceu nessa mesma fugacidade com que chegara; julgavas que o tumulto era apenas parte de um sonho. E depois foi o telefone... Contudo, desta vez parecia mesmo real. Sempre prometeste que um dia irias aprender a desligar o telefone durante a noite, mas sempre adiaste esse dia para o dia seguinte. Talvez amanhã o faças. Hoje ainda não.

E atendeste, não conseguindo distinguir se te encontravas ainda na manhã de ontem ou já na véspera de amanhã. Uma voz de choro. Eram lágrimas, mas não palavras, que se ouviam ou que, na realidade, tentavam fazer-se ouvir, no meio de tudo. Ao longe, muito ruído. E foi tudo muito confuso, tão confuso que, ainda antes de perceberes uma palavra que fosse do que tentavam dizer-te, já tinhas compreendido tudo. Como se te tivessem apanhado de surpresa, mas já o soubesses. Acontecera. Mas como pudera deixar-nos sem sequer nos despedirmos? Não, não é possível. Este dia só deveria chegar muito tempo depois, quando, passado tudo o que devera ter-se passado, tivéssemos dito essa palavra que foi feita para não ser dita.

Adeus. Nunca tivemos essa oportunidade. Nunca no-la deram, também... E agora, como vais descobrir o que foi que ficou por dizer? Como pode ser que esse momento que todo o sentido nos dá seja esse mesmo que tudo nos leva também?

Mas não estavas na disposição de o permitir, nesse dia. Não! Não é verdade. Não pode ser verdade, porque sempre prometemos que este dia só chegaria depois de dizermos o quanto tudo foi importante, o quanto todos esses momentos que vivemos tiveram um sentido, o quanto todos esses dias nos trouxeram vida. E negaste-o, só tu sabes como o negaste com todas as forças do teu ser, porque só podia existir o que fosse lógico e racional. E isto não era, nem nunca o poderia ser, muito simplesmente. E assim o disseste a quem te quisesse ouvir, que não era verdade, que, por tudo aquilo que poderia fazer sentido, isto nunca poderia ser verdade.

Ah, como a juventude dos teus dias ainda te permitia nesse dia que o dissesses sem que não pensassem todos que era apenas um rasgo inocente daquela dor imaculada de alguém que está a aprender a senti-la pela primeira vez. Mas tu continuaste sempre a negá-lo, mesmo que já não o dissesses ou admitisses. E até que ponto não continuarás ainda a negá-lo? Quando esperas que o telefone toque para dizer que afinal era aquilo que tinham para te dizer e nunca chegaram a dizer-to, porque não tiveram tempo. Quando receias caminhar na plena escuridão de uma madrugada sombria e os reflexos brancos te gelam o âmago. Quando compreendes agora aquela ausência que tanto condenaste e que justificas agora como o gesto de altruísmo (que, ainda assim, continuas a contestar com todas as tuas forças) de quem tentava apenas poupar-te à dor de dizer aquela palavra que tudo leva consigo. Adeus. Ou até quando repetes para ti que, se calhar, até o que nunca poderá ter um sentido acaba por ter uma justificação em si. E assim, mesmo quando pareces aceitá-lo para ti, continuas a negá-lo.

De resto, juraste que estarias sempre à altura de tudo. Que levarias agora em ti o fulgor de - já não uma! -, mas duas vidas, o querer de duas vontades, o bater de dois corações. Juraste dar mais dias e mais vida a quem deixaram de os contar. E, no mais íntimo de ti, continuas a acreditar que algum dia lhos hás-de restituir, quanto te disserem que, efectivamente, nada daquilo aconteceu de verdade, porque só existe o que é real. E só pode ser real o que faz sentido.

Porque juraste levar em ti a vida que pertence a duas vidas, pela justiça que tem que haver.

Dizem que tudo se passou no dia de um santo. Pois que a todos nos abençoe!

"Não vás. Não precisas de o fazer, sobretudo hoje." Levantei-me. As pernas a tremer, a voz embargada. Levantei-me. Levantei-me e pude gritar. Levantei-me e pude chorar. Levantei-me e pude chorar-te, pelo menos uma vez (porque, de resto, recusei-me sempre a fazê-lo depois). Mas levantei-me.

Pelo sonho é que vamos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

I just died in your arms tonight

Quando eu morrer, deixa que seja nos teus braços. Assim, tudo parece mais calmo e mais doce.

Hoje, o vento disse-me que vinha de longe e que ia para longe. Gritava, implorava que o deixassem ir, que o deixassem passar e seguir o seu caminho. Implorava que o deixassem ir livremente. E assim ia. Avançava. Avançava no seu eterno avançar, enquanto soprava. E ainda sopra, nas frestas das janelas, nas árvores que permanecem toda a noite em vigília, nas folhas constantemente importunadas, nesses becos nocturnos que são acordados pelo seu passar, nessa vida que não dorme, enquanto ele todo não passar, nesse seu passar que pretende ser solene e obstinado.

O vento passa e traz consigo recordações de um tempo passado, promessas de um tempo que não virá e memórias daquilo que há-de vir. Acima de tudo, o vento traz aquilo que o seu passar nos deixa no momento presente. Traz a calma de saber que chegámos até aqui e a inquietação de não saber para onde vamos nem até onde chegaremos. O vento traz-nos o medo de não sabermos para onde ele nos leva, nesse seu passar que é, de todos, o mais solene.

O vento dá-nos a esperança de seguirmos com a força e determinação do seu passar solene. Dá-nos o ímpeto de avançarmos com ele e seguirmos até onde não haverá mais nada senão... o próprio vento? Leva-nos até à mais alta e suprema instância do nosso ser, local de concretização total e pleno (re)encontro. Oh, inocência dos dias que correm, o vento leva-nos ao local que não existe! Ou que existe só para que saibamos que nunca o vamos encontrar, porque não está ao nosso alcance encontrá-lo.

Mas o vento traz também uma inevitável sensação de vacilar. O peso dos dias que começa a fazer-se sentir, a força desse soprar eterno que nos leva e traz e passa e vive e deixa e fica e vai. E sopra sempre, sempre, sempre e mais e mais alto e mais forte... E a força das pernas que começa a faltar. E o viajante que vacila no seu propósito... A sensação do peso que esmaga o equilíbrio do ser. Cair. Passar. Ficar.

Se eu morrer, deixa que seja nos teus braços. Assim, tudo parece mais calmo e mais doce.

Se eu ficar, deixa que passe pela tua mão. Assim, tudo parece mais calmo e mais doce.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Odes de Reis...a Ricardo

Para ser grande, sê inteiro: nada

Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

Brilha, porque alta vive.


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Não quero as oferendas

Com que fingis, sinceros,

Dar-me os dons que me dais.

Dais-me o que perderei,

Chorando-o, duas vezes,

Por vosso e meu, perdido.


Antes mo prometais

Sem mo dardes, que a perda

Será mais na esperança

Que na recordação.


Não terei mais desgosto

Que o contínuo da vida,

Vendo que com os dias

Tarda o que espera, e é nada.


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Quer pouco, terás tudo.

Quer nada: serás livre.

O mesmo amor que tenham

Por nós, quer-nos, oprime-nos.


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Não só quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido

De afectos, tenha a fria liberdade
Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses.


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Segue o teu destino,

Rega as tuas plantas,

Ama as tuas rosas.

O resto é a sombra

De árvores alheias.


A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.


Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.


Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.


Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.


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Aguardo, equânime, o que não conheço -
Meu futuro e o de tudo.

No fim tudo será silêncio, salvo

Onde o mar banhar nada.

O caminho é por ali

O que é ser naturalmente bom? Ou naturalmente mau? Ou naturalmente digno? Existe um ser naturalmente bom? O que é o Bem? O que é o Mal? O que é a verdade? O que é a vida? O que é hoje? O que foi ontem? E o que será amanhã?


Vem, irmão, aproxima-te, levanta o véu da incerteza, o inexorável manto do ludíbrio que teimam em colocar ante meus olhos. Olhos já tão gastos, esses, de fixar o Horizonte. Olhos já tão gastos, esses, de procurar o "por-vir" onde o céu abraça o mar. Olhos já tão gastos, esses, de te buscar incessantemente nessas madrugadas de tão longa espera, ó mãe, que és tu, de todas as respostas e certezas.


Mas o que fizerem do meu entendimento? "O caminho é por ali", recordam-me essas vozes que foram, passadas que são. E eu pergunto, com essa mesma inocência com que partimos, com esse mesmo triste e ledo sorriso de quem ainda finge acreditar que algum dia vai chegar: "Quanto tempo falta? Ainda falta muito? Quanto tempo falta? Quando chegamos? Ainda falta muito?" Interrogações condenadas a ecoar no espaço-tempo e a não se propagarem nesse algo que é o vazio. Oh, glória de estradas percorridas, saudade daquele tempo que trazia as respostas ao tempo da saudade que lá ficou também, passado que foi!


E hoje? Porque me castigais pelo mal em que nunca acreditei? Ou pelo bem a que, findo o momento, nunca renegarei? Porque lançais sobre meus ombros, já tão rasgados que estão por essas lâminas da dor e da incerteza, o peso deste espaço que dizem não ter fim; este espaço que dizem não ter fim pelo prolongamento que vai construindo de si próprio, e em si próprio. Se o constrói dentro de si próprio, será a origem de tudo a conhecer constantemente o limite do infinito? E o que vem depois do limite do infinito? O que poderá essa origem de tudo ver constantemente que nós não vemos? O que será isso que ela teima em empurrar, por capricho daquilo que se constrói dentro de si mesmo? O que está depois de tudo? E o que virá depois de tudo o que está depois de tudo?


O nada?


E o que está depois do nada? E o que virá depois do que vem depois do nada?


O fim ou o princípio? A verdade ou a vida? "O caminho é por ali", mas tudo é tão longe e tão vão. Para onde vamos? Por onde seguimos?


"O caminho é por ali", dizeis, mas onde é Ali?

Brothers in arms

These mist covered mountains
Are a home now for me
But my home is the lowlands
And always will be
Some day you'll return to
Your valleys and your farms
And you'll no longer burn
To be brothers in arms

Through these fields of destruction
Baptisms of fire
I've watched all your suffering
As the battles raged higher
And though they did hurt me so bad
In the fear and alarm
You did not desert me
My brothers in arms

There's so many different worlds
So many differents suns
And we have just one world
But we live in different ones

Now the sun's gone to hell
And the moon's riding high
Let me bid you farewell
Every man has to die
But it's written in the starlight
And every line on your palm
We're fools to make war
On our brothers in arms

Brothers in Arms by Dire Straits

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Life in slow motion...

And the hardest part
Was letting go, not taking part

That was the hardest part

And the strangest thing
Was waiting for that bell to ring
It was the strangest start

I could feel it go down
Bittersweet, I could taste in my mouth
Silver lining the cloud
Oh and I...
I wish that I could work it out

And the hardest part
Was letting go, not taking part
You really broke my heart

And I tried to sing
But I couldn’t think of anything
And that was the hardest part

I could feel it go down
You left the sweetest taste in my mouth
You're a silver lining the clouds
Oh and I...
I wonder what it’s all about

Everything I know is wrong
Everything I do, it's just comes undone
And everything is torn apart

Oh and it’s the hardest part
That’s the hardest part
Yeah that’s the hardest part
That’s the hardest part

The Hardest Part by Coldplay