sexta-feira, 19 de junho de 2009

Dizer adeus

Ver-te passar ao longe e, no meio de um turbilhão de emoções, dizer um fugaz olá em que cabe toda uma vida. Um fugaz olá que soa demasiado desprendido, atrapalhado, demasiado frio para o calor que me trouxeste. Um olá que soa rouco, com a voz embargada, um olá que não chega para dizer o quanto preciso de ouvir a tua voz, de sentir o teu respirar, de olhar-te bem fundo nos olhos e dizer que não, hoje não me sinto bem. E dizer-te o quanto desejo que tudo acabe, que não consigo ir mais longe, que não consigo encontrar mais forças para continuar, ou começar, ou acabar o meu caminho nem para tomar qualquer tipo de decisão.

Digo-te que desejo que tudo acabe, mas, ao mesmo tempo, que tudo volte ao início e comece de novo, para poder ter novamente todos esses dias que passaram e, com eles, o frio daquele saudoso Inverno que nos viu dizer adeus e aquele remoto Outono em que tudo começou. Abdicaria de tudo o que alcancei entretanto, de todas as derrotas e conquistas, bons e maus momentos, encontros e desencontros, para ter novamente esse Outono que me levou à esperança de um amanhã em sintonia e comunhão. Um amanhã sem mais despedidas.

Hoje, tenho um olá. Um olá que soa distante e que sabe a despedida. Um olá em que se sente a melancolia de um adeus. Um adeus com a voz embargada.

Sem comentários:

Enviar um comentário